sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

"É tão estranho, os bons morrem jovens"

As pessoas vivem falando sobre a existência de um poder maior, de um “Deus”, nada contra as crenças de ninguém, mas às vezes passo a me questionar que tipo de deus é esse que permite pessoas passarem fome, ficarem desabrigadas, sofrerem por conta de doenças incuráveis, jovens morrerem e perderem grande parte da vida. Eu recebi há poucos minutos a triste notícia de que um amigo faleceu em um acidente, não era uma pessoa com a qual eu fosse muito ligada, fazia alguns anos que não o via, apenas nos falávamos através da internet, e isso faz as coisas parecerem ainda mais tristes, talvez por tudo o que eu poderia ter feito e não fiz, ter dito e não disse.
Nessa quinta eu e ele conversávamos pelo msn (assim como fazíamos quase todos os dias possíveis nessas férias), e ele estava brincando comigo devido ao fato de eu ter ido viajar, ele disse bem assim: “Pra praia e pra São Paulo você vai, agora vir me visitar você não vem”, eu ainda comentei que poderia combinar de ir fazer-lhe uma visita nas férias do meio do ano. É bastante difícil ver alguém jovem partir assim, um garoto de apenas 19 anos, com muita vida pela frente, esperando ansioso pelos resultados dos vestibulares... Pois é, parece que alguns planos são interrompidos antes de serem completados.
A morte em si já é algo bastante difícil de lidar, quando é de uma pessoa jovem então, parece pior, pois o ciclo “correto” seria ver o filho chorar no leito da mãe e não o contrário, eu fico imaginando como a família deve estar nesse momento. Apesar de não gostar de velórios e enterros, eu confesso sentir um pouco de culpa por não poder estar lá, dar um abraço em sua mãe, vê-lo uma última vez que seja, já que faz tanto tempo que não o vejo, mas por outro lado eu prefiro ter em minha mente a sua melhor lembrança, lembrar dele rindo, feliz, brincando, tocando violão e cantando, roubando comigo no jogo de cartas e tantas outras coisas boas que o vi passar.
Eu realmente não sei se existe algo depois que se parte, ou se apenas acaba ali, mas acho um pouco vago pensar que vivemos para o nada, ainda mais em casos como esse em que é mostrado alguém interrompido com aquela sensação de ser antes da hora. Eu só espero que se existir alguma coisa, algum lugar para ir depois da morte, que ele esteja em um lugar melhor do que aqui, que continue crescendo, que seja reconhecido e acima de tudo, que seja feliz!

Edu, descanse em paz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário